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sábado, 15 de agosto de 2009

Baghavad Gita - Capítulo VI

“ O Discernimento Espiritual é a Iluminação”

Nos capítulos VII, VIII, IX, IIX, IIIX, X, XI e XII do Baghavad-Gîtâ é exposta a doutrina de Krishna e a forma de praticar a Raja Yoga, a modalidade que se utiliza do domínio interno das atividades mentais. Portanto, voltada para quem tem tendência à meditação.

Trata do conhecimento espiritual traduzido no despertar da Consciência Divina no ser humano. Sendo Deus Amor, a Sua consciência é obtida através da força do Amor Supremo.

“ Escuta as minhas palavras, ó Arjuna, para saberes como verdadeiramente e sem dúvida Me conhecerás, se fixares em Mim a tua mente e em Mim descansares o teu coração.

Eu te instruirei na sabedoria maravilhosa dos homens e dos deuses, sem reserva nem restrição; aprendendo estes ensinos, adquirirás o saber perfeito, e saberás tudo o que pode ser sabido por um homem”.

As explicações ao guerreiro dão conta de que o Ser Supremo tem duas naturezas: a Natureza Material, composta de oito formas elementais: (1) Terra; (2) àgua; (3) fogo; (4) ar; (5) éter; (6) mente; (7) razão e (8) Ego ou consciência individual, matrizes de toda a criação, além da sua Natureza Espiritual que é o Princípio que vivifica e sustenta o Universo. O Princípio da criação e da dissolução do Universo.

“ Eu sou o líquido da água; Eu sou a luz do sol e da lua; Eu sou a sílaba sagrada AUM; Eu sou o cântico dos livros sagrados; Eu sou a harmonia dos sons que vibram no éter; Eu sou a virilidade dos homens.

AUM é o símbolo do Ser Supremo. A, simbiliza o Pai; U, o Filho ou Salvador e, M, o Espírito Santo ou o Renovador, Destruidor.

“ As três qualidades da minha natureza: a harmonia, a atividade e a inatividade ( Sattva, Raja e Tamas), as quais se manifestam como a luz da verdade, o desejo das paixões e as trevas da ignorância, em Mim têm o princípio e estão em Mim, mas eu não dependo delas” O que indica que Deus não se limita, mas é maior do que a natureza. Esta não é Deus, mas uma manifestação da força Divina.

Todos os homens chegarão a Deus, nos diz o Baghavad-Gîtâ. Mas o sábio que se entrega completamente será como o próprio Espírito Eterno, que é o seu alvo final. Resta, pois, lançar suas flechas sobre os Kuravas!

Além dos sábios, outros “por falta de conhecimento” vão a “outros deuses. Todos acham o que procuram, de acordo com a sua natureza.

“Hás de saber, entretanto, ó Arjuna, que a verdade, apesar de ser desconhecida pelos fanáticos e intolerantes, é esta: Que, ainda que os homens adorem vários deuses e várias imagens, e tenham diferentes concepções da deidade adorada, e até pareçam as suas idéias ser contraditórias entre si, toda a sua fé se inspira em Mim.

A sua fé em seus deuses e imagens não é senão o alvorecer da fé em Mim; adorando essas formas e concepções, eles querem adorar a Mim, sem o saberem. E, em verdade te digo, eu aceito e recompenso essa fé e adoração, uma vez que seja honesta e consenciosa. Esses homens fazem o melhor que podem, conforme o seu estado de desenvolvimento, e receberão os benefícios que procuram, conforme a sua fé; todo benefício, porém, emana de Mim. Tal é o meu Amor, a minha Razão e a minha Justiça.

Mas lembra-te, ó príncipe, que as recompensas desses desejos momentâneos, finitos, perecíveis, são igualmente de pouca duração. Os homens que adoram os deuses inferiores, as caricaturas e sombras imperfeitas da Divindade, vão aos mundos de sombra, governados por esses deuses-sombras. Mas aqueles que são sábios e capazes de Me conhecer como Sou, Um e Tudo, vem a Mim, ao meu mundo de Realidade, onde não há sombras, onde tudo é Real, até mesmo a chama que faz a sombra desaparecer”. O Absoluto invisível é a base do mundo visível.

O verso 7.24 parece contradizer a interpretação comum de que Deus encarna ( versos 4.06-08 e 9.11). O Ser Supremo é imanifesto, e portanto, jamais torna-se manifesto. O Absoluto não encarna. Jamais se afasta da sua “Morada Suprema”. É o Seu intelecto que faz a criação, manutenção,encarnação e destruição através Seu Poder.

Vejamos a invocação de paz do Ishopanishad: "O invisível é o Infinito; o visível também é infinito. Do Infinito, os universos finitos se manifestam. O Infinito (Absoluto) permanece infinito ou imutável, apesar dos universos finitos saírem dele". Por desconhecerem a natureza transcendental e imperecível de Deus, alguns imaginam que o Senhor se encarne. O que não ocorre. Segundo o hinduísmo, Deus manifesta-Se através da Sua Potência Divina.

A partir deste entendimento, poderíamos dizer que o Ser transcendental está muito distante à concepção humana e, por isto, podemos escolher qualquer forma ou modo para adorar a Deus.

“ Todos os seres neste mundo estão na absoluta ignorância, devido à ilusão dos pares de opostos, dos gostos e desgostos, Ó Arjuna. Mas as pessoas purificadas pelas ações não egoístas, cujo karma há terminado, torna-se livre da ilusão do par de opostos, e adora-Me com firme resolução” (7.27-28)
Apenas ao término do karma é que se consegue entender e adorar a natureza divina.

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