Olá !!

... este é um espaço de exercício da escrita, sobretudo. A escrita, na plenitude do momento que dita a sua forma: Prosa, verso; Ou que dita o seu gênero, o seu tamanho, elasticidade, duração ou a sua emergência. A escrita que traga, de algum lugar, qualquer coisa que insista em existir ...

Comente, troque textos, inscreva-se, opine. Será um grande prazer dividir com você esta experiência.

Abraço de Águia !


sábado, 15 de agosto de 2009

“O CAMINHO DA RENÚNCIA DAS OBRAS”

Todo o bem emana do Uno. O homem material, Dhrystarashtra, não pode realizar qualquer coisa boa ou santa. A conduta sábia precede à sabedoria. Ela determina o agir não por si mesmo, mas na condição de instrumento de Deus.

“Meditando sobre o Altíssimo, que é o Eu Real, unindo-se a Ele, conhecendo-O e amando-O, passa o sábio aos estados superiores, aos planos mais altos, dos quais não volta mais para os degraus inferiores da existência. O conhecimento da Verdade consumiu todos os seus pecados e erros, e ele entra no reino da Boa-aventurança.”

O caminho do Conhecimento se funde ao da Reta Ação que, neste estágio, não pode ser considerada em seu sentido vulgar, pois já não é mera ação mas, sim, sabedoria aplicada. Neste ponto de entendimento não existe mais o livre-arbítrio pois que este “ só existe à medida da ignorância do homem.”
“ A César o que é de César”, nas palavras de Jesus, O Cristo, e, no Baghavad-Gîtâ: “ O verdadeiro Yogi, deixando os objetos exteriores influenciar só o seu exterior e não a sua alma, abre vistas interiores à Luz Eterna e une a sua respiração externa com a interna, em ritmo de harmonia.

Todos os seus sentidos obedecem à vontade Espiritual, todo o seu pensar tem as raízes em Deus; nada para si deseja, nada receia; a ele não tem acesso nem ódio nem ira: a sua salvação está realizada.

Ele Me conhece como Sou, sabe que Me agrada o domínio de si mesmo, reconhece-Me como Senhor do Universo, é amante de todas as almas, e une-se comigo. Pois Eu sou o amparo de todos os que em Mim se refugiam.”

A renúncia surge após o autoconhecimento como meta da vida. Este, somado à ação desapegada são necessários apenas para atingir a meta pretendida. A renúncia suprema é a junção de todas as ações e posses - incluindo corpo, mente e pensamento – a serviço da Vontade Divina.

“O CAMINHO DA MEDITAÇÃO OU SUBJUGAÇÃO DO EU INFERIOR”

Aqui são afirmados os métodos para se realizar a união com Deus: a santificação interior e a meditação.

“ 1. O Verbo Divino:
“Ouve as minhas palavras, ó Arjuna! Quem cumpre honestamente o seu dever da melhor maneira que lhe é possível, sem nutrir desejos de ser recompensado é, ao mesmo tempo, um asceta e um homem de ação; não aquele que simplesmente prescinde de ritos e sacrifícios.”


Para subjugar o Eu Inferior ao Eu Superior é preciso se elevar até o conhecimento desinteressado de que “se a ação não é acompanhada pelo conhecimento inteligente da renúncia dos resultados, não merece o nome de Reta Ação.” O sacrifício dos resultados tem que ser consciente. Isto confere mérito ao peregrino, tornando-o yogi perfeito.

Conta Krishna que este é um processo: Após atingir a sabedoria pelo conhecimento da Reta Ação, libertado-se do apego às obras, a Sua Lei prevê um novo grau de ensinamentos, calcados nos métodos da meditação e da santificação. A “calma meditação e a paz serena da mente” são os melhores meios para se chegar à Verdade.

Refere-se ao modo como o yogi deve proceder em seu exercício de dominação da mente e do corpo, utilizando-se das alegorias de um pano (castidade), do couro de antílope (delicadeza de sentimento) e o repouso sobre verbenas (erva “Kusha”), que significa firmeza. Reunindo assim as qualidades de ser casto, delicado e firme.

Combater os Kuravas é somente o primeiro passo. Agir por recompensa é o que aprisiona o homem à Lei de Causa e Efeito. É preciso superar o sistema de intercâmbio dos chamados “Gunas”, da filosofia Sankhya. O Baghavad-Gîtâ ensina que devemos nos afastar dos excessos mundanos.

Os três gunas são as tendências instintivas que determinam um comportamento, estado mental ou fenômeno. As fontes de todas as características associadas ao Homem. Qualidades da matéria. A matéria da qual o universo é feito, em todos os seus estados, resulta da combinação de três qualidades: Sattva (ritmo), Rajas (movimento) e Tamas (inércia).

Essa idéia é assimilada à obra dentro da concepção do Eu Único. Tais estados ou gunas têm princípio no Eterno, “ ainda que Eu não esteja neles, eles estão em Mim.” E explica, a Divindade, ao discípulo Arjuna, que os indivíduos se iludem pelos estados compostos das três qualidades e por este motivo é que não O conhecem. O Supremo está além das gunas, imutável. “ Porque esta divina ilusão (mâyã) Minha, constituída pelos gunas, é muito difícil de superar. Contudo, aqueles que se dedicam exclusivamente a Mim, a superam.”

Sattva: O princípio da inteligência superior. É a qualidade positiva da pureza, do altruísmo e da consciência lúcida. É traduzida por equilíbrio, harmonia e pureza. Alguém com inclinações sattvicas tem sua conduta e estado mental positivos e prima pela coerência.

Rajas: O princípio da energia mental racional, da turbulência, da emoção, da impulsividade. É o movimento que cria desejos e medos que conduzem à atividade. Tendências rajásicas significam dinamismo, egocentrismo, vaidade, ânsia de poder, riqueza e prestígio.

Tamas: O princípio da obscuridade, do negativismo, da densidade, da letargia, inércia, ignorância e da resistência. A qualidade tamásica indica alguém com um estado mental auto-destrutivo, caótico ou embotado; que se dedica à destruição, ao crime ou a atividades imorais, ou que tem um comportamento preguiçoso, de pouca ambição, passividade e inconsciência, vivendo de forma inútil e grosseira.

Sattva é a qualidade mais adequada à mente. Rajas e Tamas representam impurezas no plano mental e enfraquecem o poder de percepção e o discernimento espiritual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário